De brinquedos a colchões, família empreende há três gerações e mantém legado entre pais e filhos


A vocação empreendedora de Olege Pereira vem de um legado familiar que já dura anos. Proprietário de uma fabricante de colchonetes e também de uma revendedora de materiais esportivos, ele esteve ao lado do pai, Olegário Pereira, na condução de um negócio familiar por mais de três décadas, desde os 12 anos, até que decidiu abrir a própria empresa, em 2010.

O negócio, batizado de Brink Sport, surgiu como uma revendedora de brinquedos pedagógicos e materiais esportivos, passando adiante os produtos fabricados por seu próprio pai por meio de sua empresa no interior de São Paulo. Durante os primeiros anos de operação, a empresa de Pereira se manteve em ascensão, com um faturamento crescente — seguindo o bom desempenho da empresa de seu pai.

Depois de um tempo, porém, veio a estagnação. A digitalização impulsionada pela pandemia levou o a Brink Sports a ver seu faturamento cair, em razão do abandono do uso de itens pedagógicos nas salas de aula e espaços de ensino. “Os brinquedos deixaram de ser algo popular. Foram substituídos por telas, tablets e afins”, conta o empreendedor. Diante disso, manter o negócio em operação dependeu de uma diversificação.

Em 2019, a Brink Sport deixou de focar nos brinquedos, mirando apenas os itens esportivos, com destaque para tatames e colchonetes. O resultado foi uma escalada: entre os anos 2019 e 2023, a receita saltou de R$ 450 mil para R$ 3 milhões. “Foi um resultado muito bom, e que veio como resposta dessa ideia de olhar para um novo segmento”.

A disposição para o empreendedorismo também motivou a família a abrir um novo negócio há apenas cinco meses, um plano que se manteve mesmo após a morte do patriarca da família, em 2024.

“Com a morte do meu pai, decidi encerrar as atividades da fabricante de brinquedos, pois seria muita coisa para lidar, mas eu e meus filhos decidimos seguir no empreendedorismo e continuar o legado”, conta. Agora, além da revendedora de materiais esportivos, ele também gerencia a Ouroflex, uma fabricante de colchões e colchonetes. “Meu pai nos deixou antes de ver os resultados da fábrica, mas tenho certeza que se orgulharia”, diz.

Seguindo os passos do pai (e do avô), os dois filhos de Olege seguem na gestão da Ouroflex, que passou a vender produtos ao mercado oficialmente há apenas dois meses. O negócio atua por meio de licitações públicas, vendendo para prefeituras e outros órgãos públicos, explica Olege.

“Em poucos meses, já fechamos grandes contratos”, conta. Já a Brink Sport também segue crescendo: apenas nos primeiros sete meses de 2024, a empresa já chegou a 70% do faturamento de todo o ano de 2023  — algo como R$ 2 milhões.

De pai para filho

Para Olege, a principal dica para pais e filhos que decidem seguir uma jornada empreendedora em conjunto é a de fazer uma divisão adequada de tarefas, e manter o espírito colaborativo. “Mesmo que cada um tenha sua especialidade, como vendas ou a própria produção, ninguém faz nada sozinho. Para o negócio dar certo, todos têm que se ajudar”, diz.

A vocação empreendedora também é um fator importante, especialmente no empreendedorismo entre pais e filhos, afirma. “Tem que ter um certo dom para ter o próprio negócio, principalmente em família. É uma habilidade de se manter firme, lidar com os medos e altos e baixos. Aprendi isso com meu pai vendo ele ser resiliente, e hoje meus filhos também puxaram isso, e algo que não precisei ensinar”, diz.

(Texto de Maria Clara Dias)



Fonte: www.cnnbrasil.com.br

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