Frederico Vaz Guimarães Abrahão, franqueador da Direito de Ouvir Amplifon, que há cerca de uma década atende pessoas da terceira idade, fala sobre o mercado e o perfil da terceira idade para avançar nos negócios.
Esqueça o tricô, o dominó, a boina e a roupa de vovó. A geração de brasileiros e brasileiras que hoje está na faixa dos 60 anos é muito mais ativa e sintonizada com o mundo do que qualquer geração anterior a eles. Não é para menos. Nascidos entre o fim da década de 1940 e começo da de 1950, essa geração “mudou o mundo”. A Primavera de Praga, Maio de 1968, Woodstock, a Guerra do Vietnã, o homem pisando na Lua. Eles viveram tudo isso e querem muito mais.
Mas, parece que o mercado, em geral, ainda não acordou para essa demanda latente – e ainda não satisfeita. Um recente mapeamento do consumo feito com pessoas na faixa etária dos 60 anos feito pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) e pelo portal de educação financeira “Meu Bolso Feliz”, em 27 capitais, descobriu que a cada cem consumidores da terceira idade (acima de 60 anos), 45 têm dificuldade para encontrar produtos e serviços adequados a sua faixa etária.
“Ignorar esse consumidor pode ser um erro fatal. Cada vez mais independentes financeiramente e certos do que querem, os consumidores da terceira idade podem fazer uma diferença tremenda no mercado”, considera Frederico Vaz Guimarães Abrahão, franqueador da Direito de Ouvir Amplifon – que pertence a um grupo que é líder mundial em soluções auditivas.
Na opinião do empresário, muitas oportunidades de negócio estão sendo desperdiçadas porque o mercado voltado para a terceira idade ainda engatinha no Brasil. Para quem tiver disposição de entender e atender esse público, há um grande mercado a ser explorado – são mais de 24 milhões de idosos no Brasil, o que corresponde a 13% da população. E o potencial de consumo dessa faixa etária também é enorme: R$ 402 bilhões por ano. “As empresas que souberem conquistar esse público terão perspectivas de crescimento consolidadas para o futuro”, diz Frederico.
Ele fala com o conhecimento de quem, há cerca de uma década, abriu um negócio focado nessa faixa etária e alcançou o sucesso, com franquias por todo o Brasil. A Direito de Ouvir Amplifon é especialista na venda e manutenção de aparelhos auditivos.
Foco na terceira idade – Abrahão afirma ter sentido mudanças durante esses quase dez anos em que atende a terceira idade. “Este público está cada vez mais consciente sobre seus direitos, mais exigente e interessado em satisfazer suas necessidades”, ilustra. A pesquisa do SPC também reflete essa realidade: 41% dos entrevistados afirmam gastar mais com produtos e serviços que deseja do que com itens básicos.
A tecnologia, por exemplo, é um tema a ser analisado. Para o empresário, as pessoas da terceira idade estão mais interessadas em tecnologia do que antes e, apesar de não terem a familiaridade e a desenvoltura dos mais jovens, estão muito dispostos a aprender. “Nas conversas com os pacientes percebo que, se antes somente uma pequena parte dos idosos tinha acesso à internet, hoje eles estão muito mais conectados ”, afirma
Segundo Frederico Abrahão, a terceira idade tem muita disposição para pesquisar e conhecer detalhes daquilo que estão comprando. “Muitos deles têm autonomia financeira, poder de escolha e decisão. Querem produtos de qualidade, mas só aceitam pagar mais por isso desde que os custos se justifiquem”, diz.
“Não se pode subestimar a inteligência e as necessidades dos consumidores da terceira idade. Os consumidores desta faixa etária valorizam a qualidade, a alta tecnologia e os preços acessíveis. Buscamos oferecer tudo isso, além de um atendimento humanizado. Idoso não gosta de ser tratado como velho e gosta de ser ouvidos. Nossa equipe ouve mais do que fala e por isso tem se diferenciado”, conclui.