Em tempos de crise, vale a pena enxugar a equipe?

Quando a economia de qualquer país passa por um ciclo negativo, é comum que as empresas, na tentativa de preservar a saúde financeira, muitas vezes, optem por cortar parte de suas equipes. Essa decisão, embora seja vista como uma saída por parte dos RHs das organizações pode representar uma ameaça ao trabalho realizado pela área e que levou muitos anos e recursos para ser alcançado.

Dentro das organizações que encaram a formação de suas equipes com seriedade, os talentos dos profissionais representam muito mais que simples habilidades reunidas de forma aleatória. Em geral, são escolhas estratégicas, com o objetivo de atender todas as necessidades e demandas da companhia e encaradas, ainda, como um capital importante para a organização. Mas, então, o que fazer quando se aproximam tempos difíceis, ou seja, momentos de apertar os cintos?

Essa decisão não pode ser encarada somente de forma racional, pensando em uma solução em curto prazo. Tendo em vista que muitas equipes levam tempo e requerem recursos das empresas para serem formadas, desfazer-se desses profissionais é a mesma coisa que jogar fora todo o esforço empreendido até então. Permitir que esses colaboradores voltem ao mercado é um alto risco que os empregadores estão correndo, pois se é um talento que se destaca, mesmo durante a crise, ele tem tudo para ser absorvido por organizações que tomaram outro rumo e não estão demitindo.

Trata-se de uma decisão criteriosa, que deve levar em conta o fato de que, futuramente, a situação econômica pode melhorar e as vagas que foram extintas voltarão a existir. Nesse caso, não resta nada além de começar tudo de novo. Em momentos de dificuldade, principalmente quando há pressão por corte de custos, o ideal é ter uma “visão de helicóptero”, isso é, olhar a situação de uma perspectiva mais ampla, analisando criteriosamente os colaboradores da empresa, identificando reais talentos, possibilidades e impactos no corte ou na retenção de cada profissional.

Isabela Tuca é consultora na Randstad Professionals, multinacional holandesa de recrutamento de profissionais para média e alta gerências.

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