Jovem aposta em casquinha de sorvete gourmet e fatura R$ 2 milhões com franquias

O empreendedor Matheus Krauze nasceu em uma família de sorveteiros. Seu avô, Nelson Cotivicz, criou a sorveteria D’Vicz em 1985. Quando tinha 13 anos, jovem Krauze começou a frequentar o ambiente da empresa. Aos 21, no entanto, ele sentiu que era hora de criar um novo negócio no ramo, por conta própria, e daí surgiu a Soft Ice Cream, em 2020, que agora faz parte do Grupo Rua, uma parceria com o Janela Bar. A previsão para este ano (encerrado em setembro) é faturar R$ 2,3 milhões.

O insight do empreendedor, que hoje tem 26 anos, veio em uma viagem a Hong Kong, quando ele foi apresentado a uma técnica diferente de se fazer sorvetes expressos, na máquina, com sabores como matchá, planta popularmente utilizada no chá verde japonês; ube, raiz roxa que se assemelha ao inhame; e até mesmo gergelim torrado. Nada da costumeira limitação de casquinhas de baunilha, chocolate ou misto.

Krauze voltou para o Brasil decidido a fazer algo igual. Pesquisou equipamentos, processos e tudo que seria necessário para tirar a ideia do papel. “Queríamos que as pessoas tenham a sensação de que é a primeira vez que estão tomando um sorvete de máquina na vida.” Ele chamou para a missão o sócio Ronaldo Ferreira Junior, de 36 anos.

Em março de 2020, quando a pandemia foi decretada, eles já estavam em obras para inaugurar a primeira unidade em Curitiba (PR). A abertura precisou ser adiada até setembro daquele ano, mas já estava adaptada ao novo comportamento do consumidor. “Percebemos que nossa operação é take away, funciona bem com 30 metros quadrados. Apesar de a ideia ter nascido antes da pandemia, estava ajustada para o novo cenário.”

Nos três meses em que funcionou em 2020, a Soft Ice Cream faturou R$ 90 mil. No verão de 2021, as vendas aumentaram, e os sócios chegaram a tentar uma captação com um fundo de investimentos, que não foi adiante. Assim, resolveram crescer com recursos próprios.

Sorvetes da Soft Ice Cream — Foto: Ricardo Franzen

Sorvetes da Soft Ice Cream — Foto: Ricardo Franzen

Como a ideia desde o início era crescer com mais lojas próprias, eles montaram um centro de produção e distribuição que faria as quatro bases dos sorvetes. A ideia era manter o padrão e finalizar no ponto de venda. Hoje, a estrutura consegue atender de 20 a 50 lojas, segundo Krauze.

De acordo com ele, o objetivo nunca foi ter franquia, mas a procura pelo formato era constante, desde o início do negócio. Assim, eles resolveram estudar e formatar o modelo como se fosse uma operação franqueada, com manuais e estruturação de know-how, para conseguirem replicar. A princípio, o crescimento foi com mais duas unidades próprias.

“No final do ano passado escolhemos um dos interessados para fazer a validação, em Ponta Grossa, justamente pela facilidade do acesso. Validamos, e depois de seis meses começamos a venda para uma lista de 100 interessados”, afirma. A ideia é finalizar 2023 com 30 lojas vendidas e 16 abertas, em cidades do oeste do Paraná, Santa Catarina e São Paulo. O investimento inicial para se tornar um franqueado é a partir de R$ 215 mil.

Quiosque da Soft Ice Cream — Foto: Ricardo Franzen

Quiosque da Soft Ice Cream — Foto: Ricardo Franzen

Atualmente, o tíquete médio das lojas tem sido em torno de R$ 22. Cada casquinha custa entre R$ 10 e R$ 15, e o carro-chefe é o misto de iogurte com frutas vermelhas, que corresponde a 40% das vendas.

“Queremos desafiar o conceito de sorvete casquinha de fast-foods ou de massas feitas de líquidos e misturas prontas de grandes indústrias”, diz Krauze.

Mesmo provocando as casquinhas tradicionais, ele assegura que a qualidade do seu produto é bem diferente do que é vendido em outros estabelecimentos, com base nos gelatos artesanais italianos. Os sabores tradicionais são feitos com gordura de origem animal, como creme de leite e leite integral, sem aditivos artificiais. Já o vegano é feito somente à base de fruta e água.

União com Janela Bar para potencializar expansão

Recentemente, a empresa se uniu a outra rede de franquias de Curitiba, o Janela Bar, fundado pelos empreendedores Gustavo de Paiva, Felipe Lacerda e Pedro Smolka, para criar o Grupo Rua. O objetivo é potencializar a expansão das duas marcas em conjunto, por todo o Brasil, de forma planejada. A holding já nasce com uma terceira marca, o Janelab, que é um laboratório de criação de coquetéis para eventos, focado no Paraná.

Por Paulo Gratão – RevistaPEGN

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